domingo, 6 de abril de 2014

Personagens que eu Passaria um Dia se eu Pudesse - Texto Rápido

Acho que todo amante de livros, sobretudo romances já se imaginou tendo encontros com personagens, o que seria dito nesses encontros, se daria algum conselho, ou iria preferir ouvir mais, resolvi listar brevemente aqui uns que me vêm a mente quando penso nisso.

Na minha infância são dois, A Sofia do livro Sofia, a Desastrada de Condessa de Segur, pois a menina se dava mal o tempo todo, um dos poucos personagens infantis antigos que mostrava a infância do jeito que ela era, sem muita fantasia. Eu era igualzinha. O outro seria o Tistu, do Menino do Dedo Verde, Maurice Druon, o primeiro e único livro infantil do autor e foi muito bem sucedido, lembrando que os livros adultos são muito bons. O Tistu é outro que eu adoraria brincar e ter como amigo.

Na adolescência, seria a Clara da Casa dos Espíritos, Isabel Allende, sou uma das que detestou a escolha da Merill Streep pra fazer a personagem, por maior que seja o talento dela, não dá pra encaixar a personagem com o rosto dela, deveriam pegar uma atriz mais morena e mais jovem, pois mesmo depois de uma certa idade, dava a entender que ela mudou pouco. O único ator que achei bem escalado foi o Jeremy Irons. Outro seria Adonai do livro homônimo com o subtítulo de Novela Iniciática do Colégio dos Magos do Jorge Adoun, ele também é conhecido como Mago Jeffa, acho interessante porque ele joga toda a história no contexto libanês, O Adonai da história começa como Adônis e ele é cheio de dons espirituais, e é inteligente pra caramba, mas se envolve com um dos vários problemas políticos do Líbano e tem que se isolar numa comunidade drusa onde conhece um mago que tem que ajuda-lo na sua iniciação, mesmo depois de iniciado, quando passa a se chamar Adonai, ele chega a ser conselheiro de um vizir, lidando com essas questões mais políticas mesmo. 

Nos meus 20 anos adoraria conviver com Sherlock Holmes, que dispensa comentários.

Agora aos 30 e tantos penso em todos os psicanalistas criados, tanto os inspirados em personagens reais quanto os fictícios, pelo Irvin D. Yalon, o do Quando Nietzsche Chorou. Adoraria conversar com todos eles, e sobretudo ser paciente do autor.


Claro que há personagens mais ricos, existencialmente claro, que até gosto bastante, o Dorian Gray, do Retrato por exemplo, adoro o livro, adoro o jeito como ele vai se construindo e desconstruindo, mas não sei se daria pra aguentar toda aquela bajulação em torno da figura dele, nem o Sir Henry, provavelmente. Amo o livro O Estrangeiro do Albert Camus, o Meursault, quem sabe? Ele parece frio e apático, mas algumas coisas fazem sentido. Vira e mexe me pego pensando que essa é uma pessoa que me entenderia. Muito bom pra quando estamos precisando de respostas cruas, sem rodeios. Na realidade seria interessante um personagem por dia. Nossos dias mudam, as companhias literárias também. 

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