segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Conhecendo os Amishes

É muito provável que os Amishes sejam um dos grupos de pessoas mais misteriosos que existem, pelo menos no mundo ocidental. No Ocidente de hoje temos bastante informação de quase tudo, desde que essas informações sejam divulgadas. Mas durante muito tempo os Amishes, em parte por eles viverem isolados, sem acesso a meios elétricos e eletrônicos era mais complicado saber algo sobre eles.

Mas por que eu resolvi escrever sobre eles? Apenas pra deixar registradas algumas coisas que andei descobrindo. E como eu descobri? Simples. Eles resolveram se abrir mais para o mundo, sim. Desde o ano passado o canal Investigação Discovery andou mostrando histórias desse povo. Num programa chamado Cultos Mortais apresentaram dois casos criminais envolvendo os Amishes, em outro programa chamado Histórias de Assombrações, os próprios Amishes resolveram falar sobre casos sobrenaturais e misteriosos que circulam pelas suas comunidades. E sinceramente, nesse caso sem ironia nenhuma da minha parte, encontrei bastante coisas interessantes sobre eles. Muito alem do exotismo de não usar eletricidade, e serem visivelmente anacrônicos para os tempos modernos.

Uma das primeiras coisas que me chamou atenção foi a língua, isso chamou atenção pelo fato de que no programa sobre assombrações eles falavam uma língua e havia uma legenda, isso num programa dublado, então é claro que eles estariam falando algo que não é inglês, descobri por pesquisas que essa língua seria o "alemão da Pensilvânia", já que eles descendem de povos da parte alemã da Suíça, e um dos líderes teria sido holandês. Isso justifica o fato deles chamarem todos que não são Amishes de "ingleses", sim eles usam essa definição da forma mais genérica possível.

A religião deles é um segmento de anabaptistas que mistura elementos tanto do catolicismo, quanto do protestantismo, não estou dizendo isso por serem anabaptistas, estou dizendo que no caso deles ocorre essa mistura de elementos. E descobri que pelas histórias de assombrações, eles afirmam que fantasmas não existem, mas de alguma maneira eles acreditam que algumas coisas são portas de entrada para o demônio. Mas aparentemente o ceticismo deles não inibe que coisas estranhas aconteçam. Inclusive bruxas nascendo nas comunidades, em 8 episódios onde contavam duas histórias por episódio, pelo menos uma das histórias envolvia uma bruxa. As bruxas não eram bem vistas, costumavam ser banidas, e coisa que não ficou muito clara, elas sempre acabavam morrendo cedo. E quando uma bruxa morre eles têm por hábito plantar uma árvore sobre o túmulo, não querem espírito de bruxa vagando entre eles, mas mesmo assim eles afirmam não acreditar em fantasmas, vai entender...

Outra coisa que descobri ser uma porta para a entrada do demônio são inocentes bonecas, embora eu tenha pânico de bonecas, para o bem da explicação vamos assumir que sejam inocentes. Falo de qualquer boneca que podemos imaginar, desde aquelas com aspecto de bebês até as Barbies. Qual o problemas com elas? Simples, elas possuem rostos, eles não admitem essa representação humana em quadros e bonecas. As bonecas que as meninas brincam devem ser de pano e sem rostos. Elas devem ser assim. Mas se querem que eu seja absolutamente sincera, acho que essas bonecas são mais sombrias que o normal.

Descobri também que eles têm a chance de escolher continuar na comunidade. Isso acontece quando completam 16 anos, eles podem levar a vida dos "ingleses" por 1 ano, e ao final desse tempo podem permanecer nesse mundo, ou voltar para a comunidade e confirmar- se como membro fiel do grupo. Pelo que eu percebi muitos acabam voltando mesmo, e decididos a levar esse estilo de vida adiante.

Mas de qualquer maneira sou simpática a eles. Afinal eles seguem seus princípios vivendo na deles, não ficam por aí como grupos que conhecemos bem que saem catequizando, tentando converter mais gente para a religião deles, vendo esses programas deu até vontade de passar uma semana com eles. Deve ser relaxante.  Sei que no canal NatGeo já foi mostrada uma experiência com 6 jovens ingleses (dessa vez sem aspas, porque vieram da Inglaterra mesmo) rebeldes, eles teriam que passar por várias comunidades Amishes pra viver esse estilo mais simples. No início estranharam muito, mas lá pelas tantas foram se acostumando e aprendendo a respeitar as famílias. E sobre respeito os Amishes parecem entender muito bem. E sobretudo confesso que passei a gostar deles. Se querem saber, eles são bem legais.