sábado, 5 de julho de 2014

Gatos II

Adoraria que esse texto fosse mais um falando das inúmeras qualidades dos gatos, mas o que me traz de volta a escrever sobre esses animais fantásticos foi uma notícia que eu li. Isso foi numa quinta feira, num post da jornalista Cora Rónai, que como muitos sabem é apaixonada por gatos.

A notícia foi essa aqui: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/07/prefeitura-do-rio-retira-gatos-de-sua-sede-sob-protesto-de-ongs.html. Nem vou editar esse link, pois prefiro que já tenham ideia do que se trata.

Bom, eu acho até que todos os gatos deveriam ter um lar, e viver cercados de amor, pois eles adoram carinho, e são extremamente carinhosos também, vale muito a pena ter um gatinho em casa, até hoje nunca me arrependi de nenhuma gata que tive em minha vida. Mas infelizmente nem todos os gatos têm essa sorte de ter um lar, ser adotado, e muitos não seriam elegíveis a adoção também. E o que acontece, então com eles? Ficam nas ruas, mas normalmente eles acabam elegendo parques e jardins públicos pra montar pequenas colônias, e lá acabam se reproduzindo. O que pode vir a incomodar algumas pessoas, e preocupar outras. Mas não é de hoje que um grupo de pessoas, e entidades observaram essa situação e resolveram se movimentar pra minimizar os possíveis transtornos.

São ONGs, pessoas que se preocupam e vão lá fazer alguma coisas, protetores que já montaram um esquema parecido com uma rede de atuação nas cidades. O que eles fazem é basicamente o que um proprietário responsável faz pelos seus gatos domésticos, só que essas pessoas resolveram fazer por todos os gatos de rua que encontram, isso inclui vacinação, vermifugação, e castração. E claro dão comida e muito amor. Ou seja, os gatos não oferecem riscos a ninguém, já que as providências pra evitar epidemias são tomadas, e a castração cuida para que essa população não aumente, e se aumentar, temos que levar em conta o número de gatinhos abandonados pelos donos também.

Depois dessa introdução de esclarecimento, sobre o que esta acontecendo, e como essa medida afeta a vida dos gatos, já que como esta dito na matéria eles serão encaminhados a gatis, e isso se muitos não forem mortos nesse processo de remoção. Agora falo o que eu penso dessa história. Digo logo de cara, estragou meu dia.

Eu, como escrevi num post anterior, amo gatos, tive 4 gatas, e teria tido bem mais do que isso se eu tivesse morado sempre em lugares que fossem permitido animais. Então, fiquei muito tempo sem poder ter um gatinho por perto. E quem gosta sente falta de ter um, ou vários. E eram justamente esses gatos de parques, praças e jardins públicos que satisfaziam minha carência. Cheguei a fazer amizade com uma gata que sempre ficava no pátio de um condomínio perto da minha casa. Ela já me reconhecia, eu sempre que passava em frente ao prédio tirava uma horinha pra brincar com ela, fazer uns carinhos, e durante um tempo a considerei minha melhor amiga, mesmo não sendo a minha gata. Fico pensando que muita gente pode ter esse tipo de convivência com os gatos. Muito provavelmente a única forma que essa pessoa pode se relacionar com os gatos, isso falando apenas das pessoas que passam em frente ao local e aproveitam pra curtir um pouquinho, fico imaginando as pessoas que investiram uma vida pra ajudar, deve ser um desespero.

Diferente do que muitos ainda devem pensar, gatos se apegam sim às pessoas com as quais eles convivem, eles sofrem de saudades, precisam de carinho, não estamos lidando com seres imunes ao sofrimento. Alem desse aspecto o prefeito com isso estará dando um tiro no pé, já que o mundo moderno espera que haja harmonia na convivência entre animais de rua e os humanos, que haja menos casos de envenenamentos de animais, que haja menos atropelamentos, menos maus tratos, a presença desses gatos nesses lugares acessíveis estimula essa convivência saudável. O recado que a prefeitura esta dando é que gatos são pragas, e que devemos nos livrar disso. Posso estar sendo crua, mas a realidade é essa, quem faz isso pensa exatamente desse jeito. Então é esse o valor que queremos passar às pessoas? Eu não, posso ter poucos leitores, mas mesmo assim não poderia deixar de me pronunciar sobre isso.

Chegou a circular uma petição pra evitar que isso fosse levado adiante, mas pelo visto não deve ter chegado a tempo, ou foi desconsiderada, mas estou na esperança que ainda seja possível fazer algo a respeito. E que isso não volte a acontecer em outros lugares, não apenas no Rio de Janeiro, como também em outras cidades que tenham esses animais comunitários. Que diferente de serem retirados, deveriam ser considerados patrimônios da cidade